sábado, 23 de janeiro de 2010

GUERRA DOS SEXOS

Vez ou outra comento sobre meu ambiente de trabalho porque nele sinto-me em um verdadeiro Big Brother, um zoológico humano onde a privacidade é quase zero.

Em 2009, particularmente, passei por três Big Brothers, cada um com suas especificidades bizarras, já que nenhum local de trabalho é um paraíso. Mas vou me ater ao atual, pois hoje estou a fim de falar um pouco sobre a GUERRA DOS SEXOS.

Vocês sabem que sou editora... sempre prezei um papo legal e, por uma questão até profissional, pessoas que trabalham com a escrita são criativas, cultas, agradáveis nas ideias, que, geralmente, também me fazem rir e estimulam minha imaginação. Porém, percebo gradativamente que no atual Big Brother em que me encontro, a coisa não é bem assim.

Aí reflito se o nível intelectual das pessoas é mesmo diferente ou a culpa é das minhas atuais companhias?

Explico: antes eu trabalhava em lugares repleto de mulheres (oba!) e, para melhorar, mulheres mais velhas, com papo e piadas deliciosos, que tratam desde futilidades absurdas até as últimas decisões políticas do Barack Obama.

Neste Big Brother estou cercada por homens e... Deus! Que decepção!
É preciso muita paciência, controle emocional e estômago para ouvi-los durante nove horas... vomitando um festival de pornografias gratuitas.

Não sou puritana. Pelo contrário, minhas histórias sempre carregam em si pitadas sensuais e sexuais porque, nós, mulheres, também gostamos bastante de sexo.
Mas os homens SÓ pensam nisso (perdoem-me o clichê, mas é a pura verdade), e toda sua capacidade de comunicação está baseada nos assuntos sexo, pau e “viado”. 90% das frases ditas em conversas entre eles (e agora tenho o “privilégio” de ouvi-las de perto) têm duplo sentido. Quando tento (apenas tento) conversar algo diferente dos assuntos em pauta constante, eles sempre encontram um jeito de trazer o pau deles ou de outros para a roda... aí dou um sorriso amarelo, entediado e volto para meu mundo “solitário”.

Tratam garotas como objetos de prateleira: se a bonitinha se aproxima cantam a música código e sorriem o sorriso dos cafas. Se a bonitinha fala com um deles, fazem expressões faciais angelicias, mas só até ela virar as costas, pois então a musiquinha é murmurada em coro. Quando estão com suas esposas e namoradas são homens sérios, mal cumprimentam as “colegas” de trabalho, são formais e em nada lembram os adolescentes do expediente Big Brother. Será que elas sabem o que rola nos bastidores?

Não sei se todos são assim, mas se eu perguntasse a um dos meus colegas, eles responderiam o seguinte: “Se não fala de sexo, futebol e mulher é ‘viado’”.
Uma pena a inteligência humana se restringir a isso...
De vez em quando me encontro na berlinda, ficam a fim de saber se moro com meus pais, sozinha, se tenho namoradO.

Tento manter um pouco minha privacidade, pois os integrantes desse “jogo” não são meus “grandes irmãos”, são apenas homens que querem especular o que faço na cama, e de que maneira... para talvez criarem outra musiquinha quando eu virar as costas.
Será que essas características são apenas dos homens ou algumas mulheres sofrem dessas limitações?

Eu posso dizer por mim: sou muito maior e melhor que isso.

E vocês?